01.08.2008 - Plano B(RJ)

O Canto do Albatroz
Mar Aberto do Inferno Plástico
release opontodeinterrogação?
nomear qualquer devaneio sonoro não seria extirpá-lo de qualquer potência formalmente musical? por que somos tão viciados na fonética(poética imanente do verbo)? se a música perdeu o sentido, o som é uma instância confiável[corolário da fractação luminal cromática]? um release não seria a busca dum preservativo para a escuta, tanto do compositor quanto da composição? estamos usando a tecnologia para torná-la mais ridícula ou a representação só retroalimenta o cadáver faminto de Ópera? isto é uma erudição com seríssimas restrições orçamentárias mascarada sob a fenomenologia do trans-fi{dança qualitativa
 lofi hifi}? se tá todo mundo querendo só colar numa balada pra pagar de alternativo, tomar uns goró e ficar conversando com um barulhinho de fundo, por que se importar com a semântica do questionamento? opontodeinterrogação? é só outro nome daquele pilantra do f? para suas performances? qual seria a acústica da eletricidade?

processo plástico
Inferno Plástico é uma kitschfonia (opereta giocosa segundo Amadeus) onde o gesto (Berio) de formulação plástica da obra (o fogo afinando as cordas segundo Smeták) de arte sonora é deslindada em sete planos(Branca) de movimentos descendentes [ holístico, monódico, átmico, piritual, mental, astral & físico ] em direção ao cerne da Comédia. Assim como Dante(Palestrina Sepultura) fora acompanhado por Virgílio, seremos nós sob o nome fictício f? acompanhados por Stockhausen(Flo Menezes), incorporado desde a estrela Sirius na figura de Miguel Cão Exu das Resinas, para fazer esta travessia além do bem e do mal no divertido universo da música.

do oceano plástico
Durabilidade, estabilidade e resistência à desintegração são as propriedades que fazem do plástico(e da música) um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final(ouvinte hedonista). São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico(canções de amor A B A B A C D A B D D) e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos(no ruído), sendo que 80% desta fração vem de terra firme(do mercado cultural). 

Vórtex(entitade bailante)

No oceano pacífico(no ruído delicado) há uma enorme camada flutuante de plástico(estruturações dinâmicas dos modos de escuta "fake"), que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo(a radiodifusão, a teledifusão, a digitodifusão), com cerca de 1000 km de extensão(vide google), vai da costa da Califórnia(do vale do Silíncio), atravessa o Havaí(onde gravam Lost) e chega a meio caminho do Japão(vide Paprika) e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste Vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos(a tipologia classicizante do 2.0).
Pedaços de redes(jingles antigos), garrafas(poesias sonoras), tampas, bolas(planimetria akrónica) , bonecas(espectrosoperísticos), patos de borracha(preservativos aurais), tênis, isqueiros(rituais musicantes), sacolas plásticas, caiaques, malas(pop) e todo exemplar possível de ser feito com plástico(sonoplastia). Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos(MTV).



Pesquisa-se esta mancha há 15 anos e compara-se este Vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico(biofonia). E quando passa perto do continente, tem-se praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta(vide carnaval).

tartaruga deformada por aro plástico
à moda dos gatos bonsai


A bolha plástica(escuta hedonista ou musical) atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita(ruído urbano). Referem-se a elas como bolha oriental(misticismo cageano) e bolha ocidental(maximalismo stockhausênico). Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90(f?) disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo e nele me banhei'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica(sample) que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico(releituras). Segundo dados puros, em algumas áreas do oceano podem se encontrar uma concentração de polímeros(harmônias) de até seis vezes mais do que o fitoplâncton(tríade), base da cadeia alimentar marinha(melodia).

Todas a peças plásticas acima foram tiradas do estômago desta ave(como um canto do catalogue de Oisseaux de Messiaen)

Segundo PNUMA(R.Murray Schaffer), o programa das nações unidas para o meio ambiente(os higienistas do mundo sem ruído), este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinhas(o canto das aves imitam os motores) todos os anos. Sem contar toda a outra fauna(subjetiva) que vive nesta área, como tartarugas marinhas(carapaças geométricas), tubarões(dentes dos nervos auriculares), e centenas de espécies de peixes(senhores do labirinto antes de sua cristalização plástica). 

Essa deliciosa sopa plástica pode funcionar como uma esponja(aparelho de captura sinestésica), que concentraria todo tipo de poluentes persistentes(guerrilha semiótica), ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos(propaganda ideológica), que podem ser introduzidos, através da pesca(composição), na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra(à harmonia contextual) retorna à nós, seres humanos(ouvintescompositores).


Confiram outras fontes: The Independent , Greenpeace e Mindfully